Sem Caminho

Título do livro: Sem Caminho

Autor: Dani Assis

Editora: Independente

Páginas: 352                                                 

Ano: 2018

Gênero: Romance Contemporâneo / Drama

Skoob

Onde Comprar:  Amazon

Sinopse: Pierre sofre um grave acidente de carro que resulta em marcas profundas que ultrapassam as visíveis em sua pele. Desde então, coberto por cicatrizes, Pierre esconde seu corpo e, sobretudo, seu coração.Contudo, a vida tem muitos caminhos e um deles o levará até a distante e pacata cidade de Lores. Lá, no único café da cidade, ele encontrará Chantal.

A curiosidade de Chantal é aguçada para conhecer mais sobre esse forasteiro que vive sozinho cercado por centenas de orquídeas. Mas, ao entrar, em seu mundo, Chantal perceberá que é impossível sair, porque o amor que cresce entre os dois é o que lhes dará um novo sentido, um novo caminho.

Sem Caminho encanta do começo ao fim. Uma história suave, romântica e atual, que mostra que a vida pode ter muitos caminhos e que em um deles podemos encontrar alguém disposto a nos acompanhar e amar.

            

Resenha:

Minha primeira leitura do ano não podia ser nada menos do que especial e esse livro com toda a certeza me marcou de modo positivo. Pierre não me cativou de primeira como o Oberon do livro Sem Vida, pelo contrário, ele me cativou aos poucos, de capítulo em capítulo e por isso que ele se tornou ao final da leitura mais um dos meus queridinhos. Pierre não teve uma vida fácil e suas marcas pelo rosto e corpo mostram um pouco de tudo o que passou, de toda a dor que sentiu e ainda sente com cada olhar, com cada julgamento. Frente à dor da perda de si e das pessoas que mais amavam, ele se fechou em seu mundo, acreditando que não era digno de fazer coisas até mesmo normais como ir à praia de roupa de banho, usar roupas de verão no verão, amar.

“Na vida tudo pode piorar, por isso, aprendi a nunca me agarrar a nada.”

E pior que piorou ainda mais, pois nosso protagonista estava cheio de dívidas que fizeram com que ele perdesse quase todas as redes de cafeterias que ele tinha e sua casa estava indo a leilão.

“Preparo algo para comer e ando pelos cômodos, registrando como são em breve esse lugar também não será mais meu. Sinto que eu deveria estar tomado pela raiva ou rancor de perder tudo mais uma vez, mas não sinto nada, os sentimentos em meu peito se apagaram. Estou tão acostumado a ter a solidão como minha companheira que, a ideia de tê-la novamente como única aliada não me abala mais.”

Mas nem tudo estava perdido, pois Pierre com a ajuda de seu melhor amigo Oliver (Tipo, pensa num amigo top, que homem maravilhoso também) conseguiu salvar apenas uma cafeteria numa cidade bem pequena chamada Lores. Tendo que se mudar para essa cidade que mal conhecia, mal sabe ele que essa reviravolta em sua vida mudará para sempre sua forma de viver, pois em sua pequena loja seu destino cruzará com o de Chantal, uma mulher muito determinada e cheia de responsabilidades. Abandonada pela mãe, Chantal viveu ao longo de sua vida com sua avó, que agora precisava dela mais do que nunca devido a sua internação no hospital por conta de um AVC e sem esperanças de melhora. Ela trabalha como atendente no café e sua vida consiste apenas em trabalhar e cuidar da avó no hospital. Ao cruzarem seus caminhos, mesmo que Pierre tente a afastar, Chantal ficará encantada pelo seu novo vizinho misterioso e com aquele charme sombrio cativante.

“Como descrever em palavras o efeito que Pierre me causa? O mais semelhante seja me comparar a alguém sob uma cachoeira, sorrindo, de braços abertos, sentindo a água que cai e bate com força, fazendo-lhe conhecer cada parte do seu corpo e quanto mais forte, mais prazerosa é, tal qual o amor.”

Pierre no começo, ao encontrar Chantal em sua loja finge ser uma pessoa comum e se surpreende ao perceber o quanto que ela ao invés de apontar o dedo para sua marca visível em seu rosto, o trata como comum, como igual. Esse é um livro maravilhoso que veio para abrir dialogo com todos nós sobre a importância de acolhermos mais as pessoas independente do modo que são. Sabe essa história de padrão foi criada para ser inalcançável, para produzir pessoas cada vez mais insatisfeitas com elas mesmas. Que possamos hoje, nesse instante nos atentarmos para a forma como tratamos as pessoas, um olhar, um gesto, tudo de modo errado machuca alguém.

“A verdade é que todo mundo tem suas feridas. Algumas abertas e ainda sangrando, outras quase fechadas e há aquelas que já cicatrizaram, mas nos lembram todos os dias que estão ali.”

A escrita da Dani é maravilhosa e nos cativa a primeira página. Para você que ainda não leu nada dela não espere para amanhã o que você poderá fazer agora! Sério leiam que vale muito a pena. Esse livro foi encantador, como disse no começo da resenha Pierre foi aquele personagem que chegou de mansinho e me encantou aos poucos, de modo especial. Sua história é muito bonita e sua garra ainda mais. Esse é daqueles livros que dá vontade de não ter fim, de tão interessante e envolvente.

Já tiveram contato com essa leitura? Conta para a gente aqui nos comentários suas impressões. Já deixei disponível também a resenha do meu livro favorito da Dani, o Sem Vida (link da resenha), se ainda não viram, passa lá para conferir e se encantar com o Oberon e com a Agatha.