domingo, 16 de maio de 2021

A mulher na janela


Filme: A mulher na janela

Título original: The Woman in the Window
Gênero: Suspense
Ano de lançamento: 2021
Dirigido por: Joe Wright
Duração: 101 min





Sinopse: Anna Fox mora sozinha em uma casa que um dia abrigou sua família feliz. Separada do marido e da filha e sofrendo de uma fobia que a mantém reclusa, ela passa os dias bebendo vinho, assistindo filmes antigos e conversando com estranhos na internet. Quando uma nova família se muda para a casa do outro lado do parque, Anna fica obcecada por aquela vida perfeita. Até que certa noite, bisbilhotando com sua câmera, ela vê algo que muda tudo.


Resenha:
 

Filme muito aguardado, pois sua estreia foi adiada, A mulher na janela pode ter surpreendido muitos espectadores. Infelizmente, não de uma maneira positiva na maioria dos casos. Minha maior dificuldade em analisar este filme é porque tenho que separá-lo em duas óticas: do suspense e do drama.

Minha defesa para Joe Wright, o diretor, é  sua genialidade para criar drama e, por esse motivo, não me espanto que os rumos do filme tenham puxado mais a característica dramática do que realmente de suspense. Meu segundo ponto de defesa é que Joe já tem um bom currículo de adaptação de livros (Ana Karenina e Orgulho e Preconceito como exemplo), totalmente desprendido da expectativa de ser fiel ao livro e com uma visão clara de que é a sua própria leitura da obra que está sendo criada. Logo, as mudanças que ocorreram em relação à obra de A.J. Finn foram grandes, deixando intacta sua essência e abusando da linguagem visual.


Aliás, que maravilha de linguagem visual! Este filme está carregado de elementos visuais que dizem mais da instabilidade mental de Anna (Amy Adams) do que qualquer palavra poderia dizer. O movimento de câmera, as imagens que Anna vê ao se recordar de alguns fatos e a sobreposição dos filmes antigos favoritos da personagem... Foram nesses momentos que o filme conseguiu amarrar sua parte suspense e sua parte drama.

Apesar do brilhantismo de atuação de Amy Adams e Julianne Moore, sinto que suas personagens não conseguem estabelecer um vínculo afetivo com os espectadores, o que afeta muito no sentimento do mistério. Mais da metade do filme e parece que todos os personagens criam vínculos forçados. Gary Oldman (Alistair Russel) poderia ter se destacado mais, Fred Hechinger (Ethan Russel) não foi um personagem que atrai simpatia...



Definitivamente faltou muita emoção em boa parte do filme, intercalado por momentos pouco tensos. Entretanto, faltando 30 min para o filme acabar, ocorrem os dois ápices de drama e suspense. Os vínculos que faltavam são criados e a tensão se constrói como montanha-russa. Muito diferente da tensão do livro, o filme mostra toda sua força no final.

Em suma, este filme não é, e nem pretende, ter os mesmos sentimentos do livro. Altamente recomendo que as pessoas que gostem mais de suspense ou pretendam ler o livro não vejam o filme antes de ler! Mas se você tem um coração um pouco mais fraco para suspense, ou que drama seja mais seu estilo, assista sem medo!

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