sexta-feira, 12 de março de 2021

A bruxa não vai para a fogueira neste livro


Título do livro: A bruxa não vai para a fogueira neste livro
Autor: Amanda Lovelace
Editora: Leya
Páginas: 208
Ano: 2018
Gênero: Poesia

Onde Comprar:  Amazon, Submarino





Sinopse: Aqueles que consideram “bruxa” um xingamento não poderiam estar mais enganados: bruxas são mulheres capazes de incendiar o mundo ao seu redor. Resgatando essa imagem ancestral da figura feminina naturalmente poderosa, independente e, agora, indestrutível, Amanda Lovelace aprofunda a combinação de contundência e lirismo que arrebatou leitores e marcou sua obra de estreia, "A princesa salva a si mesma neste livro", cujos poemas se dedicavam principalmente a temas como relacionamentos abusivos, crescimento pessoal e autoestima. Agora, em "A bruxa não vai para a fogueira neste livro", ela conclama a união das mulheres contra as mais variadas formas de violência e opressão. Ao lado de Rupi Kaur, de "Outros jeitos de usar a boca" e "O que o sol faz com as flores", Amanda é hoje um dos grandes nomes da nova poesia que surgiu nas redes sociais e, com linguagem direta e temática contemporânea, ganhou as ruas. Seu "A bruxa não vai para a fogueira neste livro" é mais do que uma obra escrita por uma mulher, sobre mulheres e para mulheres: trata-se de uma mensagem de ser humano para ser humano – um tijolo na construção de um mundo mais justo e igualitário.


Resenha: 

Atenção mulheres
Este é um chamado
De incêndio
Que nenhum dilúvio
Poderá apagar 

A mensagem deste livro de Amanda Lovelace não é uma grande novidade, e nem tem a intenção de ser. Serve como um reforço de tudo aquilo que as mulheres sofrem todos os dias.

Lemos aqui poemas que expressam a força que as mulheres de todas as épocas tiveram, porque é impossível pensar que "antigamente as mulheres eram todas 'boas, recatadas e do lar'". Nenhum ser humano é totalmente passivo ou submisso, principalmente quando falamos de um grupo expressivo na sociedade. Há sim um sentido de progresso politicosocial do lugar da mulher, mas dizer que nossas ancestrais eram todas submissas é uma generalização.

A autora é um nome já conhecido na poesia feminista contemporânea, juntando suas experiências pessoais que compõem uma memória coletiva. O leitor imerge em seus poemas e sente a mesma raiva, frustração e angústia. Digo leitor no masculino porque, apesar de ser um apelo à união feminina, a autora reconhece que não são todos os homens que pensam da mesma forma. Isso fica um pouco mais claro em seu outro livro: A princesa salva a si mesma neste livro.

O maior marco da autora é a utilização de personagens de contos de fadas como alegoria feminina. Nesse livro, as bruxas são as mulheres que subvertem o pensamento machista. Os caras dos fósforos são os homens que querem queimar as bruxas, porque sabem que a união das bruxar irá causar um enorme transtorno para a sociedade que eles dominam.
E se as bruxas forem feitas de fogo? Como queimar o fogo? Nossas revoltas são alimentadas pelo ódio, pela raiva, por todas as maldades e crueldades. Não irmos mais nos calar, nosso fogo vai queimar.

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