quarta-feira, 21 de agosto de 2019

A Perdição do Barão







Título do livro: A Perdição do Barão
Autor: Lucy Vargas
Editora: Bertrand Brasil (Grupo Editorial Record)
Páginas: 363
Ano: 2018
Gênero: Romance de época



Onde Comprar:  Amazon; Saraiva (com marcador)





Sinopse: Novo livro de Lucy Vargas, autora de Um acordo de cavalheiros. A família de Patrick, como muitas da aristocracia inglesa, foi marcada por escândalos amorosos e sofrimentos. Não é à toa que ele acredita estar amaldiçoado pelo "mal do amor". Quando se apaixona por Hannah, cuja família também esconde segredos, Patrick não consegue confiar nela e muito menos acreditar que um dia seu amor será correspondido. Ele parte decidido a esquecê-la, mas incapaz de conter o amor que sente, ele aceita: Hannah é a sua perdição. Se permitir que fantasmas do passado continuem a assombrá-los, Hannah pode escapar por entre seus dedos, pondo em risco seus votos e seu elo inquebrável. Quanto mais esse elo é capaz de resistir? Até onde Patrick é capaz de ir por sua baronesa?


Resenha: 

Vou defender meu Patrick! Eu vi muitos comentários negativos sobre os personagens desse livro e não posso me calar. Pelo menos as críticas não falaram mal da estrutura do enredo, da escrita e da pesquisa histórica. Quem conhece a Lucy Vargas sabe do trabalho incrível que ela faz. Só que este livro é meio polêmico por ter uma narrativa pouco utilizada no Brasil contemporâneo: a narrativa de um romance no ponto de vista masculino.

Ser mulher e escrever nesse ponto de vista é um desafio imenso. Ainda mais se estamos falando de um pensamento masculino de 1828. "Então é por isso que muita gente não gostou do livro? Ele é machista?" NÃO! EXTREMAMENTE NÃO! Vamos pelo começo.

Patrick é aquele homem bondoso que não se acha merecedor de amor porque sua família tem um enorme histórico de escândalos que envolvem o amor. Logo, ele tem medo do que o amor pode fazer com ele, pode ser sua ruína. Isso não impede que ele se encante por Hannah, que também tem uma história familiar conturbada e pessoal também.

Patrick é um perfeito cavalheiro e faz de tudo para o bem de Hannah, até se casar com ela para salvá-la. Mas essa não é só uma história sobre como a convivência entre o casal faz florescer o amor. Tem muita treta ainda que se interpõe aí até que chegue ao amor. E é no meio das tretas que surge as críticas negativas.

"Esse personagem não tem culhões!" Realmente, não é um livro que você vai encontrar um macho alfa que fala, faz e acontece. Patrick é diferente! O livro todo ele espera por Hannah. Ele respeita as decisões dela e quer que ela esteja com ele por decisão própria. Patrick não tem a masculinidade tóxica (palavras minhas e da autora).

Ela se afastou abruptamente e me olhou. E eu não podia forçar. Não saberia dizer o quanto minha dor, meu ciume e a desconfiança que me corroeram conseguiram mascarar o meu olhar. Talvez tenha começado em nosso encontro em seu aniversário. Mas eu os expulsaria, para que ela visse o que havia de verdade em meu coração. Meu amor por ela estava vivo e sempre estaria. Pois só algo vivo poderia fazer meu pulso acelerar pela euforia de saber que nosso sentimento era o mesmo. E nada que não vivesse poderia doer tanto. A dor dela era a minha.

E digamos que Hannah também não é uma pessoa decidida e confiante, então tem muito chove e não molha. Essa é a questão central do livro: eles se amam, mas não conversam ou tomam atitudes fortes, deixando que as desconfianças se instalem entre eles. É um livro que fala sobre confiar em si, estar aberto para novas experiências e sobre construir um relacionamento entre muitas adversidades. Não se preocupem achando que isso é cansativo, a autora coloca cenas apaixonantes, dramáticas e hot o suficiente para prender a leitura.

Não sei vocês, mas eu fico irritada com o tanto de livros com os personagens libertinos, machão, super seguro de si, com o ego enorme... Poderia ficar citando por linhas e linhas. E eu ouço muitas pessoas que também se incomodam porque acaba ultrapassando limites de abuso, estupro, machismo e uma série de absurdos que acabamos romantizando. Então esse Barão foi um refresco para as minhas leituras. Sei que também é um pouco complicado de ler algo que não estamos habituados e, acredito, que os leitores que conhecem a autora não estavam preparados para algo assim.

Esse é um livro que vale muito a pena ler. Lucy gosta de trazer alguns assuntos que eram muito complicados naquelas épocas e a pesquisa histórica dela é maravilhosa. Eu chorei tanto, passei tanta raiva, passava mal, não dormi até ler tudo... Recomendo!

Nenhum comentário:

Postar um comentário