quinta-feira, 18 de julho de 2019

Juvenília



Título do livro: Juvenília
Autor: Jane Austen e Charlotte Brontë
Editora: Penguin (Companhia das Letras)
Páginas: 490
Ano: 2014
Gênero: Clássico

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Sinopse: À primeira vista, Jane Austen e Charlotte Brontë parecem radicalmente opostas. Austen representa a elegância e a proporção neoclássica, parodiando excessos literários e criticando as fraquezas humanas. Brontë, por sua vez, imprime em sua escrita toda a paixão e a extravagância do espírito romântico, não raro com forte influência da fantasia. Numa época em que a literatura popular era considerada perigosa para a mente das jovens, a erudição precoce, a originalidade e a liberdade de espírito aproximam essas duas autoras. Ambas tinham como personagens centrais mulheres, sendo responsáveis pelos retratos mais marcantes de lealdade e dedicação feminina da literatura inglesa. E ambas constroem as suas heroínas como produtos do condicionamento feminino da época, cujas expectativas sociais eram muito restritas. Austen e Brontë tiveram uma produção bastante fértil na juventude, reunida neste livro, a qual parece encontrar uma espécie de equilíbrio no conflito entre a moral individual e social, criando heroínas complexas que se destacam por sua coragem e independência.

Resenha: 


Juvenília é o nome que damos aos primeiros escritos das grandes autoras Jane Austen e Charlotte Bronte. A Penguin fez essa edição maravilhosa com os trabalhos juvenis das duas em um único volume e hoje a resenha vai ser sobre ele. 

Este livro é incrível para quem ama os livros de Jane Austen! Vemos uma Jane (entre 12 e 18 anos) menos refinada, mas com a mesma língua afiada que a fez tão famosa. Afetuosa, espirituosa e hilária, ela dedica essas pequenas obras para seus amigos e parentes.


Nesse conjunto de pequenos escritos é perceptível a sua personalidade satírica e seu olho para apontar as fraquezas humanas (vaidade, tolice, superficialidade, hipocrisia, materialismo...). Entretanto, nunca foi de seu feitio ter escritos moralistas.

Algumas das histórias parecem absurdas demais para serem da mesma autora. Uma mulher que joga seus filhos da Torre de Londres não é algo "Austeniano". A impressão que me deu é de que isso foi, realmente, os primeiros indícios de uma mente criativa e crítica. Podemos apontar alguns "rascunhos" do que seriam personagens de seus livros mais famosos e até rir na comparação entre as juvenílias e as grandes obras.

O que fica mesmo é o essencial: uma Jane Austen crítica, perspicaz e que não se deixa calar. 

Minha maior tristeza é que nesse livro não consta sua obra que parece ser a mais engraçada: Uma história da Inglaterra ("escrita por uma historiadora parcial, preconceituosa e ignorante. Haverá muito poucas datas nessa História"), que parece ser bem informativo e hilário.

Quanto às juvenílias de Charlotte Brontë, muito também há para se relatar. Suas juvenílias se passam em um único mundo criado por ela e seu irmão Branwell. E dava realmente para apostar que os dois escreveriam um bom livro de fantasia!

Esse mundo de fantasia começa numa linearidade, mas depois se desfaz com grande rapidez. Você consegue até ouvir um diálogo de crianças argumentando o porquê daquele personagem tomar tal atitude. As vozes dos dois pequenos escritores também são muito destoantes, entre começar um romance ou fazer uma guerra. Muitos personagens morreram em seus escritos e muitos amores foram destruídos. Não se apeguem.

Foi uma experiencia muito boa ler os escritos juvenis de duas autoras que eu amo muito. É como conhecer intimamente elas. Recomendo a todos que já leram alguma obra dessas duas divas. Se ainda não leram nada, recomendo que comecem pelas obras célebres.

Já leram as juvenílias? O que acharam?

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