terça-feira, 17 de março de 2020

Laranja Mecânica

Título do livro: Laranja Mecânica
Autor: Anthony Burgess
Editora: Aleph
Páginas: 2012
Ano: 352
Gênero: Ficção científica

Onde Comprar:  Amazon, Submarino



Sinopse: Escrito em 1961 e publicado pela primeira vez em 1962, Laranja Mecânica não só está entre os clássicos eternos da literatura universal como representa um marco na cultura pop do século 20. Meio século depois, a perturbadora história de Alex – membro de uma gangue de adolescentes que é capturado pelo Estado e submetido a uma terapia de condicionamento social – continua fascinando, e desconcertando, leitores mundo afora.
O estranhamento da linguagem, a trama contundente e o impacto de suas ideias fizeram de Laranja Mecânica um livro único, um fenômeno que extrapolou a literatura para inspirar várias outras produções culturais, como o célebre filme de Stanley Kubrick.


Resenha: 


O que eu mais gosto na ficção científica é como ela utiliza o absurdo e a imaginação para ambientar nossa realidade. Além do prazer, a leitura de uma boa ficção científica nos faz pensar sobre como vivemos ultimamente ou como humanidade tem-se modificada longo tempo. Por mais que a parte ficcional da ciência já esteja se tornando realista, o gênero tende sempre a ser atemporal.

Na proposta desse ano, estou me fazendo sair da zona de conforto literária para explorar novos gêneros. Nada melhor então que começar com um clássico da ficção científica: Laranja mecânica. O livro de Anthony Burgress é dividido em três partes. A obra tão famosa foi inspiração para adaptação homonima hollywoodiana, igualmente reconhecida.

O livro é narrado em primeira pessoa, o Vosso Humilde Narrador, Alex, é um jovem garoto (15 anos) que já frequentou escolas disciplinares, anda com uma gangue, rouba, estupra e agride qualquer pessoa que ele sinta vontade. Ao contrário do que se espera em uma narrativa em primeira pessoa, ele não inspira nenhuma simpatia dos leitores no início porque suas ações violentas não têm motivos plausível. Simplesmente não há como justificar toda violência e nem culpabilizar terceiros por todas as ações de Alex.

Em um dos episódios, a gangue de Alex o trai e o deixa ser preso. Essa cadeia, no entanto, não é distópica. Toda realidade que vivemos nos presídios de hoje: hiper lotação, violência policial, violência entre os criminosos, não preocupação numa reforma social dos sujeitos... Isso tudo é descrito pelo Alex. Até que surge uma possibilidade de saída mais rápida do presídio: servindo como experimento de uma nova técnica que promete alterar o comportamento moral da pessoa chamada de técnica Ludovico. O que parecia ser uma escolha mais rápida e simples se torna uma grande tortura.

O que é que pode alterar o comportamento humano de uma forma tão drástica? Escolher o caminho do bem não é uma escolha moral? Mecanizar o natural é eficiente? A laranja fruto que pode ser doce ou azedo, assim como o ser humano, pode ser alterado de forma que trabalhe de forma mecânica? Por quanto tempo?

São perguntas sem respostas geradas a partir das leituras deste livro. Podemos ver nossos conceitos de liberdade, de escolha, de prisão, de humanidade, de cultura... Se você gosta de um livro que te faça pensar e querer gritar ao mundo suas opiniões, esse é o livro perfeito.

Proponha uma leitura coletiva, um clube do livro, uma roda de leitura, porque tenho certeza que não vai conseguir ler sem falar com alguém. E se quiserem, falem com a gente!

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