quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Casa de bonecas

Título do livro: Casa de bonecas
Autor: Henrik Ibsen
Editora: Abril Cultural
Páginas: 173
Ano: 1983
Gênero: Teatro

Onde Comprar:  Saraiva, Submarino



Sinopse: A peça Uma casa de bonecas foi lançada em 1897 e é considerada uma obra em que o feminismo aflora ao final da história. A narrativa se desdobra em torno de Nora – esposa de um diretor de banco que a tem como frívola e inocente –, que faz de tudo para salvar o marido de uma doença; para tal fim, ela mente e consegue um empréstimo com um homem seu caráter e sem que seu marido ou seu pai saibam. Contudo, quando seu marido, Helmer, descobre, a repudia. Ela, então, ao ver sua posição inferior na sociedade, principalmente pela humilhação que sofre do marido, por ter feito de tudo para salvá-lo, revolta-se e resolve deixar marido e filhos.


Resenha: 

Adoro quando leio um livro sem nenhuma expectativa e ele me surpreende. Essa peça é uma dessas surpresas. Tinha ouvido falar dele no Ensino Médio, cheguei a ler o começo e desisti. Não é que seja um livro chato, eu apenas não sabia direito do que se tratava. Não me arrependo de ter abandonado, só fico imensamente feliz pela vida ter me colocado esse livro em mãos novamente.

Casa de bonecas é composta por três atos com pouquíssimos personagens, o que ajuda muito para quem está começando a ler peças. É uma leitura muito rápida, fluida e interessantíssima. Dizem que o autor baseou a obra na vida de uma amiga, modificando o final.

A peça retrata o conflito de Nora Helmer, uma esposa troféu, dedicada a paparicar os filhos e ser um bibelô do marido, Torvald Helmer. Algumas falas e a presença de duas empregadas amistosas confirmam que Nora não tem o que podemos chamar de "habilidades domésticas". A vontade de se sentir útil somada à uma crise financeira faz com que Nora peça um empréstimo a um homem de mau caráter que trabalha no mesma empresa que seu marido.

A vida estava bem melhor, Helmer foi promovido no e Nora juntava, secretamente, o dinheiro para acabar com sua dívida. A promoção do marido trouxe confusão, ele precisava demitir justamente o homem que tem Nora nas mãos. Chantageada e em busca de uma saída, Nora precisa revelar seu segredo ao Torvald ou bolar uma grande estratégia para que todos consigam o que querem.

Na trama aparecem outros personagens como uma amiga de Nora, Cristina Linde, na qual ela conta seu maior segredo e pede conselhos. Também há a presença do doutor Rank, um amigo do casal que guarda uma paixão secreta por Nora. Eles aparecem para dar uma liga à trama e ajudar Nora a se conscientizar sobre sua situação.

Claramente, o ponto alto da trama é seu final totalmente inesperado. A mudança sutil do comportamento de Nora durante a peça não nos prepara para sua atitude radical. Não é à toa que a obra tenha causado tanta polêmica a ponto de ter um final alternativo.

Além de feminista, a peça denuncia o lugar da mulher na sociedade. A comparação entre uma Senhora Linde, viúva que sempre trabalhou para viver e tem objetivos na vida, com Nora, cuja única função é divertir seus filhos, marido e amigos, é a maior crítica do autor à objetificação da mulher na sociedade burguesa. Nora foi uma boneca nas mãos de Helmer.

A leitura desse livro consegue ser tão atual que nem parece que foi escrito no século XIX. São encontradas muitas edições e adaptações dessa obra incrível para se ler independente da época.

Já leram? Conta pra gente!

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