terça-feira, 22 de outubro de 2019

O Colecionador


Título: O colecionador
Autor: John Fowles
Editora:  Darkside Books
Páginas: 256

Ano: 2018
Gênero: Thriller Psicológico/ Suspense

Skoob
Onde comprar: Amazon

Sinopse: O COLECIONADOR é a história de Frederick Clegg, um homem solitário, de origem humilde, menosprezado por uma sociedade esnobe, que encontra o grande amor de sua vida. Tudo o que ele deseja é passar um tempo a sós com ela, demonstrar seus nobres sentimentos e deixar claro que eles nasceram um para o outro.O COLECIONADOR também é a história de Miranda Gray, uma jovem estudante de artes sequestrada por um maníaco que acha que pode obrigá-la a se apaixonar por ele. Tudo o que ela deseja é escapar do cativeiro, e vai usar de toda sua inteligência para sobreviver ao inferno em que sua vida se transformou. O romance é narrado por dois personagens antagônicos: o sequestrador e sua vítima. Frederick e Miranda. Todos temos um pouco dos dois dentro de nós, concluímos ao final de suas páginas ― quem consegue se desgrudar delas? Essa obra-prima lançada em 1963 continua perigosamente atual. Best-seller internacional, e ainda um sucesso de venda nos sebos após décadas fora de catálogo no Brasil, o grande romance de estreia de John Fowles está de volta com uma edição digna de colecionador, e aquele padrão de qualidade psicopata que só a DarkSide® Books tem. Com direito a capa dura, introdução do mestre Stephen King ― inédita no Brasil ― e mais conteúdos exclusivos. O feminismo, a solidão, a luta de classes, a liberdade, o que pode ou não ser considerado arte e o que pode ou não ser considerado amor... estes são apenas alguns dos temas que o autor traz à tona. Numa época sem textão de redes sociais, era com literatura de qualidade que pensadores dissecavam o mundo à sua volta. Com O COLECIONADOR, a DarkSide® abre a janela para que Miranda consiga sair do cativeiro e que sua história volte a encantar novas gerações de leitores.


Resenha:

O ponto alto do livro é nos causar sensações das mais variadas e sentimentos não tão amigáveis pelos personagens. A história se inicia com um stalker chamado Frederick Clegg, um funcionário público que ganha na loteria esportiva uma fortuna. Mesmo rico, ele é um personagem sozinho, que não tem o apoio da família nem tem amigos, um homem de poucas palavras, inseguro e introspectivo que tem apenas um hobby muito peculiar: Colecionar borboletas. Nosso stalker tem uma paixão platônica (voltada mais para uma obsessão doentia) por Miranda Grey, onde vê nela o grande amor da sua vida. Pensando em uma maneira de estar um tempo sozinho com ela a fim de demonstrar seus sentimentos e deixar claro para a moça de que eles nasceram um para o outro, ele,  a partir de uma stalkeada generosa na vida de nossa protagonista, a sequestrará e a manterá forçadamente como sua "hospede" em sua casa, totalmente planejada de modo a evitar a sua fuga na ideia inicial de: mostrar que a ama, fazer ela o amar de volta e a libertar para viverem "lindamente" juntos.



"Eu estava disposto a fazer o que quer que fosse para a conhecer, para lhe agradar, para ser seu amigo, para poder olhá-la de frente, e não espiá-la."



Algo surpreendente e perturbador em "O Colecionador" é o fato de Frederick não ser aquele personagem que busca maltratar, fisica ou verbalmente sua prisioneira. Sua intenção não é ser perverso, pois tudo o que mais deseja é ela, e nada do que ela faça para se livrar dele irá bastar. O livro apresenta duas narrativas diferentes, mostrando Fredericks e Mirandas diferentes também, segundo a visão dos dois. Enquanto a narrativa de Frederick retrata única e exclusivamente Miranda, mostrando seus pontos fortes com relatos intensos e perturbadores, a de Miranda mostra o quanto é ruim estar no cativeiro, seu passado não tão perfeito e seus arrependimentos de vida.




Falando um pouco da Miranda, ela é estudante de artes que apresenta ideias bastante modernas e formadas, com uma personalidade esnobe e com um enorme senso de superioridade. Ao ser sequestrada, mesmo tendo todas as suas vontades atendidas, ainda sim,  ela se sente uma prisioneira (e é uma) e tentará de todas as formas sair desse lugar. Um dos fatores sensacionais desse livro é a escrita do autor, que  apresentou brilhantemente em sua narrativa o ponto de vista dos dois, fazendo um passeio pelas suas mentes. Sendo assim, veremos o ponto de vista de vilão e mocinha que conforme a narrativa, são totalmente despidos de todas as mascaras sociais, mostrando suas qualidades e defeitos, loucuras e devaneios, crueldades e inocências. Com isso, nós como leitores ficamos divididos, numa sensação de não saber qual dos dois é o mais confiável.


"Sou eu. Eu sou a sua loucura. Há muitos anos que ele procurava algo para libertar a sua loucura. E encontrou-me."



Conforme a leitura, vamos intensificando nossas relações com os personagens e passamos a compreender certas atitudes feitas por eles e o principal: conseguimos perceber os dois lados da história, o que foi sensacional. Tive ao longo da leitura, um misto de emoções, tiveram momentos que precisei parar para respirar, outros em que eu queria abraçar a Miranda, e momentos em que eu queria estrangular os dois.  Enfim, essa história foi bem envolvente e apreciei muito a leitura. As sequências finais foram arrebatadoras e desconstruíram todas as minhas expectativa, e de certa forma é um livro que mexe com nossa mente por descrever como as atitudes humanas podem ter suas consequências.


"Quando sentimos profundamente alguma coisa, nunca nos deveríamos envergonhar de mostrar os nossos sentimentos."



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