terça-feira, 7 de abril de 2020

Fera


Título do livro: Fera
Autor: Brie Spangler
Editora: Seguinte
Páginas: 383
Ano: 2017
Gênero: Juvenil

Onde Comprar:  Amazon, Saraiva






Sinopse: Dylan e Jamie sempre foram julgados pela aparência, e não pelo que são — até encontrarem um ao outro.
Dylan não é como a maior parte dos garotos de quinze anos. Ele é corpulento, tem quase dois metros de altura e tantos pelos no corpo que acabou ganhando o apelido de Fera na escola. Quando ele conhece Jamie, em uma sessão de terapia em grupo para adolescentes, se apaixona quase instantaneamente. Ela é linda, engraçada, inteligente e, ao contrário de todas as pessoas de sua idade, parece não se importar nem um pouco com a aparência dele.
O que Dylan não sabe de início, porém, é que Jamie também não é como a maioria das garotas de quinze anos: ela é transgênera, ou seja, se identifica com o gênero feminino, mas foi designada com o sexo masculino ao nascer. Agora Dylan vai ter que decidir entre esconder seus sentimentos por medo do que os outros podem pensar, ou enfrentar seus preconceitos e seguir seu coração.

Resenha:

Quando li a sinopse do livro, fiquei muito empolgada. Um livro com temática trans! Nunca tinha visto um, ainda mais quando ele não é o eixo central da história. Achava que o foco seria na aceitação do amor entre um cis e uma trans. E é isso, mas também existe muita coisa nesse livro além do que imaginei.

Dylan é um garoto de 15 anos com uma aparência um tanto estranha: Quase 2 metros de altura, corpulento e muito peludo. Por isso ele ganha muitos apelidos, sendo Fera um deles. Se isso já basta para saber que ele sofre bullying, o que ameniza a situação é saber que JP, o garoto mais popular da escola, é seu melhor amigo de infância.

Até que um dia, Dylan cai do telhado de sua casa e fratura a perna. Sua mãe, viúva, é uma mulher doce, que se preocupa com seu filho acima de tudo. Ela sabe que ele se sente mal com sua aparência e faz o possível para aumentar a autoestima dele, mas Dylan ainda é um adolescente que não quer se abrir totalmente com sua mãe.

Só que uma conversa com o ortopedista levou a uma suspeita e que Dylan talvez tenha caído do telhado intencionalmente, por isso ele é encaminhado para uma terapia em grupo. E lá ele conhece Jamie, uma garota fofa, com um jeito diferente de ver as coisas, que ama fotografia e, principalmente, não sente repulsa em ficar perto da Fera, como outras garotas. O que Dylan não percebe é que Jamie tem algumas características estranhas. Quais são os problemas dela? Por que uma garota tão bonita tem problemas de aceitação?

O livro é todo narrado por Dylan, sobre suas inseguranças, sentimentos, raivas, frustrações, sonhos... E, para completar, ainda tem a questão de que o falecido pai faz uma enorme falta na vida dele. Ele sempre espera um sinal de aprovação, de que ele está no caminho certo.

No meio dos dramas pessoais da Fera, entramos nos problemas enfrentados por Jamie e JP. A autora nos faz pensar que devemos deixar de autocomiseração e pensar que todos nós temos problemas e lidamos com formas diferentes, sem justificar as ações que tomamos. Podemos ser horríveis e podemos ser bons.

A questão do amor é tratado como qualquer outro, apenas com algumas dificuldades a serem superadas. Bandeiras não são levantadas explicitamente. A abordagem do livro é dizer ao leitor que amor é apenas amor, sem diferença se é entre cis, héteros, LGBTQI+. O que também não anula a luta das pessoas pelo seu reconhecimento e contra o preconceito, tanto é que no final do livro há um glossário que nos ajuda a entender os termos utilizados no livro.

Eu amei ler esse livro! Foi muito mais do que eu esperava. Vocês já leram? Conta pra gente!

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